Implicações geoeconômicas da Nova Rota da Seda na América Latina
Volume 6 | Número 66 | Nov. 2019
Chinese decision-makers have no need of being reminded that the world has changed since the days of Genghis Khan and that limiting the Belt and Road to territories along the ancient land and sea Silk Road would be to overlook vital economic regions such as North and South America and most of the African continent. (MAÇÃES, 2018, p.25)
A China gostaria de aproveitar essa oportunidade para promover o acomplamento da iniciativa “Um Cinturão e Uma Roda” com as estratégias de desenvolvimento dos países latinoamericanos e caribenhos. Proposto pelo presidente chinês Xi Jinping, em 2013, “Um Cinturão e Uma Rota” é uma iniciativa que objetiva a criação de uma plataforma de cooperação internacional. Durante a Cúpula “Um Cinturão e Uma Rota” da Cooperação Internacional no ano passado, o presidente Xi anunciou que a China aumentará seu apoio à construção “Um Cinturão e Uma Rota” e adicionará 100 bilhões de yuan ao Fundo da Rota da Seda, e encorajará as instituições financeiras a realizar operações em yuan no exterior, que poderão movimentar 300 bilhões de yuan. Além disso, as instituições financeiras da China fornecerão quase 400 bilhões de yuan de empréstimos especiais para apoiar a construção “Um Cinturão e Uma Rota”. “Um Cinturão e Uma Roda” tornou-se um produto público internacional bem recebido, cujo segredo é ser “visível, tangível e eficiente” em vez de ter conversas vazias. 400 anos atrás, a China e a América Latina abriram “Roda da Seda Marítima no Oceano Pacífico”. A China está disposta a promover a cooperação substancial em todas as áreas com os países da região sob os conceitos e métodos de construção de “Um Cinturão e Uma Roda”, aprofundando a comunicação das políticas, a conectividade de infraestruturas, o livre fluxo de comércio, a circulação de capitais e o entendimento entre os povos, criando as novas oportunidades e expandindo novos espaços para desenvolvimento. (FORUM CHINA-CELAC, 2018, s/p)
Somente uma parcela de países latino-americanos reconheceram a importância estratégica da BRI e realizaram esforços para participar de seus primeiros passos. Na maior parte da região, a BRI é mencionada ocasionalmente na mídia, mas está fora dos debates políticos e mesmo acadêmicos. Existe a necessidade de construção de conhecimento sobre esta iniciativa e suas implicações para a região, especialmente a partir do engajamento de centros de pesquisa, think tanks e instituições acadêmicas e maior cobertura pela mídia latino-americana. Maior conhecimento na pesquisa ou jornalístico irá trazer mais luzes tanto sobre oportunidades e desafios, relativizando as visões românticas sobre a BRI em algumas partes da América Latina. (ABDENUR; LEVAGGI, 2018, p. 15)