O que os candidatos à presidência programaram para a área internacional? Parte 4
Na próxima semana teremos o último post da série “Fazendo o dever de casa #5: o que os candidatos à presidência programaram para a área internacional?”, que tratará do Multilateralismo e da Governança Global (na sexta) e, finalmente, as eleições (no domingo) que prometem 2º turno. Quem sabe os candidatos debatam de forma concreta, nesse momento, o caminho que o Brasil quer para suas relações internacionais, pois, até agora, não parecem que eles fizeram o dever completo.
Relações com o Sul do Mundo
Aécio Neves:
“Reavaliação das prioridades estratégicas e atenção ampliada no que tange à China. A emergência desse país trouxe profundas transformações para a economia global e tem impactado, através do comércio e do investimento, a economia brasileira, suas exportações e sua competitividade.” – Item Comércio Exterior
“Reavaliação das prioridades estratégicas à luz das transformações do cenário internacional no século XXI. Devem merecer atenção especial a Ásia, em função de seu peso crescente […]” – Item Política Externa
“Fortalecimento da ação cultural internacional do Brasil, em especial frente aos países de língua portuguesa, mas também com programas especiais em relação à África e América Latina, reforçando o diálogo com nossas raízes.” – Item Cultura
Dilma Rousseff:
“Da mesma forma será dada ênfase a nossas relações com a África, com os países asiáticos – – a China é nosso principal parceiro comercial – e com o mundo árabe. A importância dada aos países do SUL do mundo, que têm expressão concreta nos BRICS, não significa desconsiderar os países desenvolvidos.”
Marina Silva:
“Não se configurou, enfim, a anunciada decadência do Ocidente e uma ascensão definitiva dos países emergentes. A sorte destes últimos parece depender menos de profecias do que de políticas acertadas em produtividade, inovação, participação em cadeias produtivas e acordos seletivos de comércio.”
“Se se confirmar a taxa de expansão anual do PIB da China no período 2014- 2016 em torno de 7%, contabilizaremos um incremento por ano de US$ 1,3 trilhão em nossas relações comerciais, quase o dobro do que se observava há dez anos, quando o crescimento do país asiático era superior a 11%. A elevação da base de cálculos propicia geração adicional de riqueza a cada ano, em volume suficiente para assegurar considerável demanda por insumos externos mesmo com o esperado aumento do consumo doméstico”.
“Não há como minimizar o ativismo do Brasil na cooperação Sul-Sul ao longo dos últimos anos, que serviu para atenuar o impacto da crise sobre o comércio exterior, além de gerar dividendos políticos concretos.”
“A identificação de interesses comuns do Brasil com os outros países do Brics contribui para maior equilíbrio na geopolítica atual, fortalecendo países emergentes ainda sub-representados nas instâncias internacionais criadas logo após a 2ª Guerra Mundial. Não podemos, todavia, desconsiderar as diferenças nas agendas econômica, política, cultural e ambiental dos Brics, assim como na pauta de direitos humanos e liberdades civis de cada um dos países do bloco. A fim de que o diálogo no grupo seja construtivo e realista, é preciso reconhecer essas diferenças.”