Movimento Anti-Hallyu e a Resistência à Onda Coreana no Japão

Volume 11 | Número 110 | Ago. 2024

Por Quézia Silva Costa

INTRODUÇÃO

Traduzida como Onda Coreana, Hallyu foi o nome dado pela mídia chinesa à crescente expansão da cultura popular sul-coreana, que se iniciou no final da década de 1990 na China. Nos últimos anos, a Onda Coreana tem se consolidado como um fenômeno de caráter global, com a expansão da cultura sul-coreana para o mercado internacional, não se restringindo apenas aos seus países vizinhos.

Como ferramenta central da diplomacia pública sul-coreana, a Hallyu tem sido responsável pela divulgação da cultura nacional, seja por meio da música, pela culinária ou pelo estilo de vida dos coreanos. O fenômeno cultural alcança o gosto popular japonês no início da década de 2000, mais especificamente em 2004, com a transmissão do drama Winter Sonata. O sucesso se deu majoritariamente pelas similaridades nos valores confucionistas que ambos os países carregam em sua cultura social, atraindo um forte público feminino e trazendo resultados positivos para o setor turístico sul-coreano com o aumento do número de turistas japoneses (BAUDINETTE, 2019).

Embora a Hallyu tenha alcançado resultados positivos no Japão, sua recepção e percepção são complexas, marcadas por uma resistência significativa. A popularidade da Onda no Japão coincide com a ascensão do nacionalismo de extrema-direita representado pelos Zaitokukai, com discursos xenofóbicos aos coreanos e à própria Hallyu. Nesse cenário, durante o século XXI, a emergência da discussão de questões históricas entre Japão e Coreia do Sul impactou a promoção da cultura coreana, afetada diretamente pela necessidade de resolução das demandas relativas ao passado colonial japonês por parte do governo sul-coreano.

Como resultado da história colonial entre Coreia e Japão, a construção da identidade do Estado sul-coreano é influenciada pela lembrança do passado, fazendo com que os assuntos mal resolvidos do período colonial sejam discutidos continuamente entre os dois países. Um dos principais debates gira em torno da reparação histórica e moral às “Mulheres de Conforto”, eufemismo utilizado para retratar mulheres que eram forçadas a manterem relações sexuais com soldados japoneses durante o período de ocupação da península coreana.

A dualidade da Onda Coreana no Japão se dá especialmente por esses debates históricos e é ressaltada pelas buscas por reparação por parte do governo sul-coreano e das vítimas em relação ao seu passado com o Japão. Nesse sentido, se torna fundamental explorar dois elementos: a identidade estatal japonesa e o nacionalismo de extrema-direita. 

Para Hagström e Gustafsson (2014), a identidade do Estado japonês é formada por camadas e entre elas há a construção de uma clara separação entre o “eu” e o “outro”, ligadas a quesitos de superioridade e inferioridade em relação a outros países. O nacionalismo de extrema-direita reforça essas ideias no âmbito social ao construir essa oposição entre o “eu” e o “outro”, sob um discurso xenofóbico de uma sociedade japonesa homogênea, em que os Zainichi coreanos (coreanos residentes no Japão) se tornam uma ameaça à cultura e à identidade do país (KITAYAMA, 2018).

No cenário da política internacional, Wendt (1992), um dos principais autores da corrente construtivista das Relações Internacionais, destaca os Estados como os principais atores, responsáveis por definir seus interesses com base em fatores materiais e identitários. Segundo o autor, as identidades são moldadas pelas interações entre os próprios Estados e pela compreensão que estes desenvolvem sobre si. Essa dinâmica molda, por sua vez, os interesses dos Estados, que se ajustam consoante as relações e aos contextos em que estão inseridos. A identidade que cada Estado porta pode influenciar como este é visto no sistema internacional e no seu processo de interação com outros Estados, visto que toda ação exercida por um Estado passa por um processo de sinalização, interpretação e resposta do “outro”, podendo caracterizá-lo como um aliado ou não (WENDT, 1992).

Perante o exposto, o objetivo deste artigo é analisar como o discurso anti-Hallyu, pautado em tensões históricas entre Coreia do Sul e Japão, tem gerado uma resistência à cultura coreana no Japão. Dessa forma, parte-se da seguinte questão: de que forma a construção da identidade estatal japonesa e a ascensão do nacionalismo de extrema-direita impactam na difusão do discurso anti-Hallyu?  A fim de responder esta pergunta, o trabalho parte da hipótese de que a resistência cultural à Hallyu parte de um discurso nacionalista anti-Coreia e de um reflexo da própria identidade estatal que se baseiam em um sentimento de superioridade em relação à Coreia do Sul e às questões históricas existentes entre os dois países, gerando um impacto direto na percepção da Hallyu.

Para tanto, o procedimento utilizado é o levantamento bibliográfico, a partir da coleta e análise de fontes variadas e atualizadas sobre o tópico de interesse desta pesquisa. O levantamento bibliográfico inclui uma variedade de materiais, como livros, periódicos acadêmicos e matérias jornalísticas de cunho não acadêmico para o melhor entendimento acerca de questões mais atuais que concernem à relação entre os dois países (GIL,2002).  

ASCENSÃO E DECLÍNIO DA HALLYU: O CRESCIMENTO DO SENTIMENTO ANTI-HALLYU

O “nascimento” da Hallyu se contextualiza em um momento de mudanças internas na Coreia do Sul e de alterações no sistema internacional, que impactaram o país. Internamente, o país passava por um estágio de alto investimento em suas produções culturais. Durante o período de redemocratização, as duras taxas impostas a produtos estrangeiros tornaram-se mais flexíveis e uma onda de importações de produções culturais de outros países intensificou-se. Como efeito, o mercado cultural interno buscou maneiras de se diversificar, resultando em um maior investimento em produção de conteúdo nacional. Internacionalmente, as Olimpíadas de 1988 e a crise financeira asiática de 1997 foram dois eventos que marcaram o processo de estruturação do que seria denominado Onda Coreana, pois marcou o estado sul-coreano como um “produtor transnacional de cultura pop” [1](KOCIS, 2011, p.11, tradução nossa). A realização das Olimpíadas na Coreia do Sul foi fundamental para a mudança da imagem internacional do país, devastado e dividido durante a Guerra Fria, para a imagem de um Estado moderno e pacífico. 

As circunstâncias que acompanharam a crise financeira de 1997 no Leste e Sudeste asiático resultaram na falência gradual de grandes conglomerados da indústria sul-coreana e, consequentemente, à diminuição dos investimentos no mercado. Por outro lado, também serviu como um ponto de partida para a Hallyu ao iniciar uma fase de abertura comercial do país visto as dificuldades internas (PAIK; JANG, 2012; SOUZA, 2015). Durante o período da crise, assim como outros países que enfrentavam o mesmo cenário, a Coreia do Sul recorreu à ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), no qual a liberalização econômica foi um dos termos do acordo de auxílio financeiro da organização. A concessão de crédito, alinhada ao trabalho conjunto entre o governo e empresas privadas, foi fundamental para a restauração da economia naquele momento, com o eixo central da injeção de dinheiro localizado na indústria de entretenimento coreana com foco na sua exportação para os seus vizinhos, especialmente países como a China e o Japão (COE; KIM, 2002; LEE, 2002; SOUZA,2015).  

A positiva comercialização de produtos culturais com a China no final da década de 1990 resultou na expansão do mercado cultural sul-coreano para outros países asiáticos, como o Japão em 2004. Naquele momento, o nome Hallyu referia-se à imediata e crescente “popularidade dos dramas, música e filmes no Leste Asiático”[2] (UGNÉ, 2015, tradução nossa, p. 5). Nesse cenário, no qual a relação entre China e Coreia do Sul se favoreceu de um momento de crise e de demanda por parte do governo chinês, a importação dos produtos foi bem-vinda por apresentarem um baixo custo. Essa primeira fase é denominada como a Primeira Onda, evidente não só na China como no Japão. A expansão internacional da Onda para além dos países asiáticos marcou a segunda e terceira fase, ampliando o conceito de Hallyu, que agora engloba tudo relacionado à Coreia do Sul e à sua cultura, não se restringindo apenas ao sucesso de dramas, música e filmes. 

Como exposto anteriormente, a Hallyu chega ao Japão na sua primeira fase com o sucesso do drama Winter Sonata, em 2004, atraindo um público majoritariamente feminino e “desempenhou um papel importante na produção de atração pela Coreia (do Sul) entre os consumidores japoneses”[3] (BAUDINETTE, 2019, p. 6, tradução nossa). Esse crescente interesse do público japonês à cultura coreana pôde ser visto no aumento de visitas à Shin Okubo, bairro coreano em Tóquio, com o intuito de experienciar a cultura e interagir com os coreanos. O setor turístico sul-coreano também se beneficiou desses resultados com o crescimento do número de turistas vindos do Japão interessados em conhecer locais relacionados ao drama. No entanto, Baudinette (2019) menciona que, apesar dos resultados positivos e da atração de um forte público feminino, no lado conservador, fortemente representado por homens, crescia uma resistência ao sucesso da Onda. 

Nesse contexto, em 2005 é publicado no Japão um mangá de autoria anônima, que se tornaria best seller no mesmo ano, chamado “Hating the Korean Wave” (Manga Kenkanryu), que demonstrava forte sentimento contra a Coreia e o seu povo, trazendo na história uma retratação da relação entre os dois países com uma narrativa positiva sobre o passado colonial japonês na península coreana, ao afirmar, por exemplo, que este período trouxe benefícios à economia coreana, assim como ao negar a existência da escravização sexual das mulheres coreanas (SAKAMOTO; ALLEN, 2007; BAUDINETTE, 2019). 

Apesar do contínuo progresso da Onda nos anos seguintes, migrando para um público consumidor de músicas sul-coreanas, seu processo de expansão no gosto popular continua entrelaçada a uma visão negativa (histórica) por parte dos japoneses em relação à sociedade coreana, como visto na tentativa de um “revisionismo histórico” através da publicação do Manga Kenkanryu. A ascensão do discurso conservador, que se propagou rapidamente em fóruns on-line, reforçou a animosidade dos japoneses em relação aos coreanos, direcionando-se igualmente à Onda Coreana e introduzindo uma nova ideia, a Anti-Hallyu

REMINISCÊNCIA DO PASSADO COLONIAL JAPONÊS 

A lembrança do passado é um fator fundamental na construção da identidade do Estado sul-coreano e, desta forma, na condução das suas relações diplomáticas com o Japão, algo que dialoga com o conceito de Wendt (1992) de que as ideias que fundamentam a estrutura social são essenciais para a construção das identidades estatais e a construção da relação entre Estados. Nesse sentido, o período de colonização japonesa na península coreana continua colocando em debate assuntos mal resolvidos que envolvem diretamente a identidade nacional, fazendo com que a Coreia do Sul se posicione de maneira assertiva frente a falta de um posicionamento concreto por parte do Japão (HUNDT; BLEIKER, 2007).

O período colonial japonês se iniciou em 1910 e seguiu até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a derrota japonesa. A invasão da península coreana fez parte de um plano de expansão japonês, especialmente pelo fato de a região ser um ponto estratégico no Leste Asiático devido a sua aproximação territorial com China e União Soviética,  resultando nas guerras de 1894-1895 com os chineses e a de 1904-1905, com a Rússia Czarista. Após sair como vencedor nas duas batalhas, a invasão do território coreano foi facilitada e com isso se iniciou um período colonial que duraria mais de trinta anos (LIMA, 2006).

Como resultado do domínio físico e cultural, o Japão havia incorporado a península coreana ao seu território. Além do cerceamento do direito dos cidadãos, o processo de colonização contou com um cenário no qual mulheres coreanas foram forçadas ao trabalho escravo sexual. Apenas com o início dos anos 1990 que vítimas sobreviventes do passado colonial obtiveram apoio de movimentos feministas que reconheceram a necessidade de relatar esta questão histórica (MIN, 2003; HUNDT; BLEIKER, 2007).

Para Min (2003), estas mulheres, que ficaram historicamente conhecidas como “Mulheres de Conforto”, reivindicam uma reparação histórica e moral, uma vez que seus direitos foram violados e continuam não sendo reconhecidos pelo governo japonês atualmente. O ‘Sistema de Conforto’ foi financiado pelo Império japonês como uma forma de evitar que uma onda de violações sexuais se iniciasse nos países que estavam ocupando, além de tratar como uma forma de apoio e aumento da moral dos combatentes na guerra. Sua formalização se concretizou em 1937 com a ocupação de Nanquim, na China, e se expandiu para outros países asiáticos, em especial para a Coreia. 

O debate central em torno deste caso, segundo Min (2003), gira em torno da compreensão de como este sistema foi estruturado. Um dos fatores apontados é o preconceito profundo contra os coreanos enraizado na sociedade japonesa, elemento fundamental da identidade nacional. Essa visão, é somada à constante falta de posicionamento oficial por parte dos japoneses e seus governos em relação aos pedidos de reparação e à recusa em admitir seus crimes de guerra.

A memória coletiva do passado colonial japonês continuava forte após sua saída da península, dificultando a aproximação entre os Estados. Nesse sentido, há uma intervenção pelas partes soviética e norte-americana no território após o fim da ocupação, significativas para que houvesse o estabelecimento de uma relação diplomática bem estabelecida posteriormente, que resultou na divisão do território em Norte e Sul a partir do Paralelo 38 e com o intuito de estabelecer eleições livres e democráticas. Em 1948, a divisão do lado Sul é denominada oficialmente como República da Coreia e o Norte, como República Democrática da Coreia (MASIERO, 2010; HUNDT; BLEIKER, 2007).

Somente em 1965 a República da Coreia estabelece oficialmente suas relações com o Japão, sob coordenação norte-americana. Além da estreita proximidade de ambos os países com o governo de Washington, a previsão de ganhos econômicos foi determinante para a concretização do relacionamento, visto que o Japão, aliado aos Estados Unidos, foi fundamental para a diversificação do mercado sul-coreano devido à troca de know-how vinda de um Estado já industrializado naquele momento (MASIERO, 2010; HUNDT; BLEIKER, 2007).

Apesar da proximidade, o fator histórico é determinante na interação entre os dois Estados. Um dos pontos abordados pelo governo sul-coreano é de revisão histórica em livros didáticos japoneses que contam a história do país erroneamente, sendo este um dos pontos de sua diplomacia pública. Os pedidos de revisão se iniciaram na década de 1990, quando o governo japonês adotou um posicionamento neutro sobre o período colonial na Coreia. Essas omissões foram usadas como meio de amenizar e ocultar partes do passado imperial do Japão ao tentar apagar as relações do Império Japonês com a estruturação do “Sistema de Conforto”, que afirmava ser resultado da voluntariedade das vítimas(CASANOVA, 2022).

Ainda no que concerne o período da Segunda Guerra Mundial, outra questão que se tornou um ponto de atrito entre o governo japonês e o sul-coreano foram as visitas ao Templo Yasukuni[4], que ocorrem até hoje. Este templo foi criado pelo Japão em homenagem aos mortos durante a guerra e vem sendo visitado por primeiros-ministros japoneses e recebendo protestos por parte dos governos sul-coreano e chinês desde 1985. Para a Coreia do Sul e outros países asiáticos que sofreram com a violência japonesa durante esse período, “as visitas são uma tentativa altamente pública e simbólica de legitimar as agressões do Japão após e durante a guerra”[5] (HUNDT; BLEIKER, 2007, p. 77, tradução nossa). 

Ademais, ao reforçar, por meio destas visitas, o agradecimento aos soldados japoneses mortos em conflito, o governo deslegitima a dor das vítimas e desassocia de sua imagem uma questão fundamental que molda as suas relações com os países diretamente relacionados ao processo de expansão japonês naquele período (HUNDT; BLEIKER, 2007). Hundt e Bleiker (2007, p. 79, tradução nossa) apontam que “a insistência em manter essas visitas está relacionado a necessidade de estabelecer um senso de nacionalidade mais confiante, ligado ao orgulho de liderança japonesa sob a região e o mundo todo”[6]. Desta forma, entende-se que ao reforçar estas questões sob uma perspectiva de orgulho nacional, invalidando automaticamente o lado do “outro”, o governo japonês demonstra a falta de sensibilidade quanto ao entendimento da perspectiva das vítimas sobre o acontecimento, pois, apesar do providenciamento de um pedido de desculpas oficial que legitima os danos causados pelo país, posicionamentos recentes por parte do governo contribuem para que a Coreia do Sul se mantenha com um posicionamento revisionista (PARK, 2020). 

Em 1993, Yohei Kono (1994-1995), ex-Ministro das Relações Exteriores do Japão, reforçou em seu discurso o envolvimento direto do Império japonês na regularização de um sistema de violência sexual contra as mulheres. Já no ano de 1995, o ex-Primeiro-Ministro japonês, Tomiichi Murayama (1994-1996), reconheceu os crimes de guerra e declarou um pedido oficial de desculpas aos afetados. No entanto, essas tentativas de reconhecimento e de reconciliação com o povo coreano foram invalidadas pelas constantes ações contrárias às palavras ditas pelos primeiros-ministros que assumiram o cargo posteriormente, em especial Shinzo Abe, sendo um dos pontos tratados diante do caso, a nova revisão literária entregue pelo Ministério da Educação do Japão que novamente tentava criar uma imagem favorável ao Japão em livros didáticos frente o seu passado colonial (CASANOVA, 2022; DUJARRIC, 2013). 

Com o início das discussões sobre as mulheres de conforto na Coreia do Sul entre 1987-1988, com o apoio de movimentos feministas em ascensão no país, o  ano de 1996 marca a condenação oficial do Japão em relação a este crime de guerra pelas Nações Unidas (SOH, 1996). Desde então, o governo japonês tem se mobilizado para reparar as vítimas do sistema de conforto, ainda que de forma controversa em certos momentos. No caso de Abe, ex Primeiro-Ministro do Japão, houve a mobilização para a concretização de um acordo entre os dois países, o qual estipulava, além de um pedido de desculpas oficial, o pagamento de 1 bilhão de yen, considerada uma resposta positiva pelo governo sul-coreano. No entanto, Shinzo Abe apresentou pouco tempo depois da formalização do acordo uma resposta controversa a dada anteriormente, ao declarar a falta de documentos históricos que provem que estas mulheres, vítimas do Império japonês, foram realmente forçadas a prestar tal serviço (HOSAKA, 2021)

O debate sobre as “mulheres de conforto” e a busca por reparação do governo japonês ganhou destaque em 2015. Neste ano, os governos de Shinzo Abe (Japão) e Park Geun Hye (Coreia do Sul) firmaram o Acordo sobre Mulheres de Conforto. O acordo previa um pedido de desculpas oficial do primeiro-ministro japonês, indenização às vítimas e a remoção da estátua de Kim Hak-Sun, em memória das vítimas do império japonês na Segunda Guerra Mundial. Em 2018, o ex-presidente sul-coreano Moon Jae-In, defensor das causas feministas, criticou o acordo. Ele alegou que o caso não foi resolvido de forma oficial e que o governo japonês deveria reconhecer a verdade e trabalhar com a comunidade internacional para evitar que tais atrocidades se repitam.

Ao analisar a busca por uma reparação por parte do governo sul-coreano frente ao seu passado com o Japão, sob a ótica Construtivista, essa ação foi estruturada como resposta ao posicionamento contraditório do governo japonês  durante os anos quanto ao tema debatido, algo que além de ameaçar diretamente a identidade nacional, fundamentada pelo passado histórico entre os países, ameaça os interesses nacionais, visto que a falta de um posicionamento claro por parte do Japão tem impactado suas relações com o país frente às discussões sobre questões históricas (PARK, 2022). 

O NACIONALISMO DE EXTREMA DIREITA NO DISCURSO ANTI-HALLYU

Formado em 2007, Zaitokukai é a abreviação do nome “Zainichi Tokken wo Yurusanai Shimin no Kai” (在日特権を許さない市民の会), traduzido como Associação Civil Contra os Privilégios dos Residentes Coreanos (UGNÉ, 2015). Como já explícito em seu nome, o Zaitokukai é um grupo de ideologia de extrema-direita com suas bases no Japão, que defende a ideia de que os residentes coreanos (Zainichi) no país não deveriam ser contemplados com certos direitos, como o de voto, bem como outras políticas que garantam direitos básicos aos Zainichi, que vivem, trabalham e estudam no Japão, muitas vezes sob a necessidade de esconder suas origens pelo preconceito que sofrem (SHIBUICHI, 2015; BAUDINETTE, 2021). 

O racismo e xenofobia dos japoneses contra os coreanos data desde o período colonial, quando a ideia de superioridade versus inferioridade e a dicotomia entre o “eu” e o “outro” já marcava a percepção e a relação dos japoneses com os coreanos. O recente crescimento do ódio e ressentimento contra os coreanos surge de um discurso anti-globalização e anti-multiculturalismo, sob o pretexto de que essas novas ideias vão contra a noção de nação homogênea fortalecida no Japão desde o final da Segunda Guerra Mundial, como também de um medo do avanço de seus vizinhos, China e Coreia do Sul, em termos econômicos de desenvolvimento, ocupando um lugar que antes era do Estado japonês. A ascensão da Coreia do Sul como uma referência mundial de cultura pop também foi vista como uma ameaça de imperialismo cultural por parte de alguns países que viam um desfavorecimento na sua balança comercial em termos de importação e exportação de produtos culturais com a Coreia do Sul (SHIBUICHI, 2015; UGNÉ, 2015). 

O grupo Zaitokukai nasce em um momento de crise social no Japão, em que as diferenças entre classes se tornavam cada vez mais claras e “alegações de fraude social, especialmente quando cometida por estrangeiros e minorias, tornaram-se recentemente um tema acalorado nos meios de comunicação social.”[7] (SHIBUICHI, 2015, p. 721, tradução nossa). O contexto histórico ligado ao passado colonial japonês ganhou espaço nos diálogos sociais e interestatais, como falamos sobre o início dos debates sobre as Mulheres de Conforto na Coreia do Sul nos anos 1990, estimulando a animosidade que já existia em relação aos imigrantes residentes no Japão. 

A organização Zaitokukai, além de ter mais de 10.000 membros ativos e oficiais, também ocupa um espaço considerável em fóruns online, onde disseminam seus discursos ultranacionalistas. O principal meio de ação desses membros envolve a organização de protestos em áreas ocupadas por minorias enquanto seguram alto-falantes e gritam falas racistas e xenofóbicas, “exibindo o militarista Kyokujitsuki (bandeira do sol nascente) e cantando tais slogans como ‘Kankokujin wa kaere’ (sul-coreanos vão para casa)”[8] (FOCUS, 2013, tradução nossa). A falta de políticas anti-discriminatórias, a impunidade e o contínuo apoio político através de discursos que favorecem as falas contra os Zainichi, são meios que tem fortalecido o Zaitokukai e suas ações contra os coreanos e, consequentemente, contra a Hallyu(KOTANI, 2018). 

Desde sua fundação, o grupo nacionalista organizou diversos protestos, como em 2009 e 2010, ao atacarem uma escola primária em Kyoto enquanto proclamavam seus discursos discriminatórios, que foram filmados e divulgados na internet. Em 2013, o discurso se intensificou durante um protesto no distrito de Tsuruhashi, em Osaka, quando uma jovem fez referência ao massacre de Nanquim como ameaça aos residentes coreanos, caso não deixassem o país. O contexto atual de disputas territoriais e revisionismo histórico por parte dos países colonizados têm aflorado a narrativa anti-Coreia nos meios conservadores, impactado a Onda Coreana e disseminado uma resistência ao consumo de produtos relacionados à cultura coreana (FOCUS, 2013; SHARKEY, 2021). 

Apesar de não ter uma definição concreta, a Anti-Hallyu refere-se a “um ódio ou antipatia pela cultura popular da Coreia do Sul, seja ela música, filmes, atores ou cantores, […] que envolve mais amplamente o ódio ao povo e/ou ao país.”[9] (UGNÉ, 2015, tradução nossa, p. 7).  Baudinette (2021) destaca, além do elemento histórico, o senso comum de que a popularidade da cultura coreana em detrimento da japonesa representa uma “fraqueza” existente entre os jovens frente ao declínio da força cultural do Japão diante dos seus vizinhos. Apesar da visível verbalização de grupos de direita na anti-Hallyu e no movimento anti-Coreia, o discurso de ódio ganha mais força pelo apoio político, mesmo que de forma indireta. 

O projeto de lei de Eliminação do Discurso de Ódio, aprovado em 2016, não pode ser considerado eficaz por não criminalizar a prática em si. Essa falha pode ser vista como uma forma de proteger a liberdade de expressão, o que leva esses grupos a expressarem suas ideologias ultranacionalistas. Além disso, a falta de medidas punitivas corrobora para o fortalecimento da posição política de extrema-direita. Makoto Sakurai, ex-líder dos Zaitokukai, exemplificou isso ao anunciar em 2016 seu interesse em ocupar um cargo na Dieta, órgão legislativo japonês, sob a liderança do Japan’s First Party, partido ultranacionalista que contribui para o fomento do ódio aos estrangeiros que residem no Japão (AKADA et al, 2020; KOTANI, 2018).

CONCLUSÃO

O movimento Anti-Hallyu no Japão tem se mostrado um fenômeno complexo, impactando não só as dinâmicas culturais entre os dois países, como também refletido em tensões relacionadas ao passado histórico entre os vizinhos e em questões sociopolíticas no Japão. Este artigo buscou examinar de que forma o discurso centrado em questões históricas no movimento Anti-Hallyu tem contribuído para a crescente resistência à cultura coreana no Japão. 

O impacto das questões políticas e tensões diplomáticas geradas em torno dos debates relacionados ao passado colonial japonês tem um visível impacto na recepção da Hallyu pelos japoneses. Com a finalidade de compreender a Anti-Hallyu no Japão, foi explorada a questão da identidade dos Estados e a ascensão do grupo de extrema-direita, Zaitokukai, como fundamentais para o discurso de ódio que envolve o movimento contra a Onda. A partir disso, podemos concluir que a construção da identidade estatal japonesa e o crescimento do nacionalismo de extrema-direita têm profundas ramificações na disseminação do discurso anti-Hallyu

Sendo assim, esses elementos não apenas realçam as percepções públicas sobre a cultura coreana, mas exacerbam as divisões internas no Japão, entre aqueles que apoiam e aqueles que se insurgem à influência cultural estrangeira. Além disso, a ascensão de movimentos como o Zaitokukai ilustra uma resistência articulada e muitas vezes hostil à presença cultural coreana no Japão. Com efeito, o discurso de ódio promovido por esses grupos não só desafia a integração cultural, como levanta preocupações sobre a coesão social e os direitos humanos dentro do país.

Por fim, propõe-se que conceber que a Anti-Hallyu no Japão fundamenta-se não apenas na análise de manifestações superficiais, mas requer uma apuração das questões políticas, históricas e socioculturais que transpassam essa dinâmica.

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[1] No original: “transnational pop culture”(KOCIS, 2011,p. 11)

[2] No original: “ […] popularity of dramas, music and film in East Asia, […]” (UGNÉ, 2015, p. 5) 

[3] No original: “[…] played a strong role in producing an attraction to (South) Korea among Japanese consumers” (BAUDINETTE, 2019,p. 6)

[4] Segundo Tamamoto (2001, p. 33), o Templo Yasukuni representa “onde os espíritos de 2.5 milhões de soldados japoneses mortos em guerra, incluindo aqueles executados pelos Aliados como criminosos de guerra, são consagrados.”

[5] No original: “ […] these visits were highly public and symbolic attempts to legitimize Japan’s aggression prior to and during the war.” (HUNDT; BLEIKER, 2007, p.77)

[6] No original: […] insistence on maintaining these visits seem to be linked to the perceived need to establish a more self-confident sense of national identity, one that is linked to pride about Japan’s role in the region and the world as a whole.” (HUNDT; BLEIKER, 2007, p. 79)

[7] No original:”[…] allegations of welfare fraud, especially if committed by foreigners and minorities, have recently become a heated topic in the mass media.” (SHIBUICHI, 2015, p. 721)

[8] No original: “displaying militaristic kyokujitsuki (rising-sun flag), and chanting such slogans as ‘Kankokujin wa kaere’ (South-koreans go home) […]” (FOCUS, 2013)

[9] No original: “[…] a hatred or dislike directed towards the popular culture of South Korea, be it music, film, actor or singers, […] which widely involves hatred towards the people and/or the country.” (UGNÉ, 2015, P. 7)

Quézia Silva Costa é Mestranda em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário La Salle-RJ. Interessada em estudos sobre a Ásia, sobretudo Leste Asiático. Atuou como pesquisadora associada à curadoria de Coreia do Sul da Coordenadoria de Estudos da Ásia (CEASIA-UFPE) do Centro de Estudos Avançados da Universidade Federal de Pernambuco (CEA-UFPE), onde desenvolveu projetos de pesquisa sobre cultura e gênero na Coreia do Sul. Em extensão aos seus projetos de pesquisa sobre a Coreia do Sul, aprofundou-se no tema em seu trabalho de conclusão de curso, intitulado como O Papel das Identidades Estatais Sino-Japonesas na Onda Coreana: Uma análise sobre os limites de alcance da Hallyu, pelo qual foi indicado à publicação. Suas áreas de interesse em pesquisa são: Geopolítica do Leste Asiático; Política Internacional; Estudos Culturais; Onda Coreana; Relações Bilaterais Coreia do Sul-Japão; Relações Bilaterais Sino-Coreanas. Link do Lattes: http://lattes.cnpq.br/1147147985847149

Larissa Rosevics